• Dengue

Eles sobem alto e conseguem ver além. São olhos tecnológicos e eficientes que, não apenas enxergam, mas registram. Por meio de fotos e vídeos tornam visíveis e alcançáveis até os locais mais distantes ou de difícil acesso. Assim são os drones. A tecnologia, que em todo o mundo já é utilizada para diversas finalidades, em Santa Catarina, em uma iniciativa pioneira, torna-se uma importante aliada para a preservação do meio ambiente.

Desde setembro de 2017, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) utiliza os equipamentos aéreos para realizar diversas operações como mapeamento e inspeção de áreas para o licenciamento ambiental, identificação de focos de incêndio, geoprocessamento, monitoramento preventivo, fiscalização de crimes ambientais e caça ilegal, controle e contagem de espécies, entre outros.

O drone permite a inspeção, pontual ou ampla, de um determinado local, o que faz com que a análise seja feita com maior rapidez e eficiência, pois é possível observar uma grande área. Locais que, anteriormente, levariam dias para serem vistoriados, agora são mapeados e registrados em cerca de uma hora. Economia de tempo e de gastos com diárias e deslocamentos de técnicos que, em um mesmo lugar, conseguem visualizar e mapear toda a área.

A precisão e rapidez dos dados auxiliam na tomada de decisões, na agilidade dos licenciamentos ambientais, e servem de provas para autuação em casos de crimes ou de não cumprimento das exigências e condicionantes ambientais.

O IMA adquiriu, por meio de Termo de Compensação Ambiental, 21 drones que serão distribuídos para todas as 16 regionais do órgão em Santa Catarina, além de 05 equipamentos que ficarão na sede, em Florianópolis. Até o momento já foram realizadas 184 missões com os drones. Todas devidamente autorizadas pelo DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo – da Aeronáutica, ANAC e Anatel.

Todas as informações obtidas com as aeronaves remotamente tripuladas são gerenciadas por um sistema elaborado pelo Instituto para este fim, o Sistema de Informações Ambientais. Além de subsidiar ações do IMA, o sistema poderá ser disponibilizado a outros órgãos como Ministério Público Estadual e Federal, Tribunal de Contas e demais órgãos reguladores.

Os resultados alcançados com o projeto chamam a atenção de outras instituições. A CIDASC – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina - por exemplo, solicitou apoio do IMA para verificar a presença de uma determinada bactéria que afeta os bananais. Por meio da inspeção aérea foi possível observar e entender o hábito do patógeno que precisa de um controle rápido e rigoroso para não afetar toda a produção de banana do Estado.

O Instituto é o único órgão de Santa Catarina e o segundo do Brasil a ter toda a regulamentação para a utilização dos drones, sendo destaque no país como excelência na utilização da tecnologia. O IMA recebeu a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para utilizar drones em fevereiro de 2017. De acordo com o documento, os equipamentos devem voar, no máximo, a uma altura de 120 metros e pesar até 25 quilos. Todos os usuários têm que ter mais de 18 anos e atender os requisitos exigidos pela ANAC.

CAPACITAÇÃO

Para operar os equipamentos, servidores passaram por treinamentos teóricos e práticos. Cerca de 120 pilotos receberam formação para comandar os drones. Além do IMA, representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Polícia Rodoviária Federal, Defesa Civil, Epagri, agentes da segurança pública, entre outros, receberam a capacitação.