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O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) recebeu a apresentação do relatório técnico da missão internacional Benchmarking Internacional Saneamento Ambiental e Controle de Enchentes – Japão 2025, realizada entre os dias 11 e 19 de outubro. O evento integrou as comemorações pelos 130 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Japão e teve como foco o intercâmbio de experiências, metodologias e tecnologias de referência mundial em governança ambiental, saneamento e prevenção de desastres.

A missão contou com a participação da ex-presidente do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, Sheila Meirelles, e da coordenadora da Procuradoria Jurídica, Carolina Ferreira Domingues. Nesta quarta-feira (17), o relatório técnico da missão foi apresentado ao atual presidente do IMA, Josevan Carmo da Cruz Junior, bem como, para diretores, gerentes e à Coordenadoria de Controle Interno e Ouvidoria do IMA.

 

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O relatório apresentado à presidência consolida os principais aprendizados técnicos e institucionais observados ao longo da agenda no país asiático, destacando práticas que podem inspirar avanços na gestão ambiental catarinense, respeitando o contexto jurídico e administrativo brasileiro.

Entre os principais pontos abordados estão a governança com forte accountability institucional, o planejamento de longo prazo como política de Estado e a integração entre legislação ambiental, tecnologia e comportamento social. No Japão, o saneamento, o controle de cheias e a gestão de resíduos são tratados como infraestrutura de segurança pública e de competitividade econômica, com investimentos contínuos, manutenção rigorosa e clara responsabilização dos gestores.

O relatório enfatiza que a experiência japonesa não deve ser “importada”, mas sim internalizada por meio de princípios aplicáveis à realidade de Santa Catarina, como a priorização baseada em risco, a adoção de padrões técnicos consistentes, a coordenação entre entes federativos, o financiamento previsível e a transparência nas decisões. A prevenção, segundo o documento, reduz custos, evita perdas humanas e materiais e fortalece a credibilidade institucional.

 

Experiencia Internacional

Durante a missão, a comitiva participou de seminários e visitas técnicas a centros de excelência em saneamento, drenagem urbana, valorização energética de resíduos e educação ambiental, além de encontros com especialistas e representantes de órgãos governamentais japoneses. Também foram debatidos instrumentos de cooperação internacional e possibilidades de captação de recursos para projetos estruturantes, com apoio de instituições como a Japan International Cooperation Agency (JICA).

O material apresentado à presidência do IMA reúne ainda recomendações de curto, médio e longo prazo, incluindo o fortalecimento da fundamentação técnica e jurídica nos processos de licenciamento e fiscalização, a indução ao planejamento territorial resiliente, o estímulo à inovação com segurança jurídica e a ampliação da transparência e da educação ambiental como ferramentas de gestão.

A apresentação do relatório reforça o papel estratégico do IMA como articulador interinstitucional e indutor de boas práticas, alinhando a atuação do órgão aos desafios contemporâneos de resiliência climática, sustentabilidade e proteção da população catarinense.

 

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De acordo com Sheila Meirelles, a experiência internacional contribui diretamente para o aprimoramento das políticas públicas estaduais. “O contato com práticas e tecnologias consolidadas em um país reconhecido mundialmente pela eficiência na gestão de riscos e prevenção de desastres oferece subsídios valiosos para que Santa Catarina possa adaptar soluções inovadoras à sua realidade, no enfrentamento de enchentes e deslizamentos”, destacou.

Para o presidente do IMA, Josevan Carmo da Cruz Junior, a apresentação do relatório reforça o compromisso da instituição com a transparência e com a disseminação do conhecimento adquirido em missões oficiais. “É fundamental que as informações, experiências e aprendizados obtidos em agendas internacionais sejam compartilhados com a equipe técnica e incorporados aos processos do Instituto. A transparência e a socialização desse conhecimento fortalecem a gestão pública e contribuem para decisões mais qualificadas em benefício da sociedade catarinense”, afirmou.