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O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) desenvolve o Controle de Plantas Exóticas Invasoras do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Neste primeiro momento, a ação ocorre nas ilhas oceânicas dos Andrades, Do Largo, Do Cardos, Três Irmãs e Siriú. O controle é necessário para garantir a preservação dos ecossistemas naturais da região. O trabalho ocorre por meio de Termo de compensação ambiental em uma parceria entre Eletrosul, IMA e Ibama.

De acordo com Lei Federal nº 9.985/2000, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) no Brasil, a introdução de plantas exóticas é proibida em unidades de conservação. Por apresentarem risco de impactos à biodiversidade nativa, essas espécies invasoras devem ser eliminadas.

De acordo com o estudo realizado para o controle das espécies exóticas, o trabalho iniciou pelas ilhas oceânicas porque estas áreas tendem a apresentar alta fragilidade a invasões biológicas em função de representarem territórios e populações restritas de espécies, muitas vezes com baixa diversidade genética ou espécies endêmicas (exclusivas).

O primeiro passo para este controle foi a identificação das espécies exóticas em cada uma das ilhas do Parque da Serra do Tabuleiro. Esta pesquisa foi realizada em 2017 pela engenheira florestal Sílvia R. Ziller que indicou a presença de algumas invasoras, com destaque para piteira (Furcraea foetida), amendoeira (Terminalia catappa), espinafre (Spinacea oleracea), bananal (Musa paradisiaca), e casuarina (Casuarina equisetifolia). Ao todo foram encontradas 15 espécies exóticas invasoras nas ilhas oceânicas do Parque.

Nesta semana a equipe realiza o trabalho em campo, retirando as plantas. Após a investida inicial de controle em cada ponto deverá ser realizada atividade de monitoramento e repasse (repetição do controle, se necessário) no prazo de aproximadamente três e seis meses (80 e 160 dias após o esforço inicial de controle). Poderá haver rebrotas ou germinação de novas plantas a partir do banco de sementes no solo, que serão eliminadas nos prazos estabelecidos. Este trabalho de controle das espécies exóticas invasoras é realizado por meio de compensação ambiental e tem prazo de um ano para ser executado.


Áreas Restritas

As atividades de Restauração Ambiental do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro vêm atraindo a curiosidade de quem passa em embarcações próximo às ilhas. O IMA informa que estas áreas são restritas devido à riqueza biológica que conservam e somente pessoas autorizadas podem acessá-las.

Por que é necessário realizar o controle de espécies exóticas invasoras?

As espécies exóticas invasoras, sejam da fauna ou da flora, tiveram sua origem em outro ambiente que não aquele onde ela invade, então acabam se desenvolvendo sem as restrições ambientais que teriam em seu ambiente de origem, como organismos competidores, predadores, doenças, sem limitações de fertilidade do solo ou de clima, dentre outros fatores. Geralmente são espécies que possuem grande capacidade de crescimento, reprodução e adaptação. Assim, quando se tornam invasoras acabam competindo por recursos com as espécies nativas, ocupando espaços que seriam ocupados pelas espécies nativas, modificando a paisagem e as condições ambientais. Essas espécies podem causar também problemas de saúde pública, sociais e problemas econômicos, por isso, a necessidade de se controlar essas espécies é logo percebida pela sociedade.

Desafios de controlar espécies exóticas invasoras

O controle de espécies exóticas invasoras é mais fácil quando a invasão é percebida rapidamente, assim menos trabalho e recursos financeiros serão gastos no controle e menos prejuízos de ordem ambiental, de saúde pública, social ou no setor produtivo serão causados. O grande desafio para o controle dessas espécies é o investimento necessário para a sua retirada do ambiente, mas também limitações técnicas, visto que, por exemplo, espécies aquáticas são muito difíceis de serem controladas pela dificuldade de acessá-las.

Como evitar que novas espécies exóticas invasoras se instalem por aqui?

Evitar que novas espécies exóticas se tornem invasoras na nossa região depende de atitudes de toda a sociedade.

O setor produtivo que tem interesse em iniciar a produção ou a criação de uma espécie exótica que ainda não ocorre no estado, deve solicitar anuência ao IMA e realizar uma análise de risco para verificar o potencial da espécie em se tornar invasora.

Animais criados como pets devem ser comprados somente de forma legalizada e nunca devem ser soltos para viverem em vida livre. Deve ser feita a limpeza de equipamentos náuticos utilizados em rios ou reservatórios que já estão invadidos por mexilhão-dourado para evitar que sejam disseminados para outros corpos ou cursos de água do estado.

A importação de sementes e mudas de outros países requer autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), portanto, não se deve trazer isso na bagagem informalmente. Muitas espécies exóticas invasoras são trazidas de outros lugares, até mesmo de outras regiões do país, para serem utilizadas como ornamentais em jardins.