• Dengue

Um dia após o controle do incêndio, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro volta à rotina. Nesta sexta-feira, 13 de setembro, o ar de alegria voltou a dominar a maior Unidade de Conservação Estadual com a visita de cerca de 20 estudantes da Escola Cel. Antônio Lehmkuhl, do município de Águas Mornas.

No Parque, os jovens, entre 14 e 15 anos de idade, participaram de atividades de educação ambiental e fizeram uma das inúmeras trilhas do local. Por ano, o centro de visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro recebe 1.500 visitantes, em média, por trimestre. Além das milhares de pessoas que percorrem alguma região do parque sem passar pela sede, localizada na Baixada do Maciambu, em Palhoça, ou por algum dos dois centros temáticos, nos municípios de Imaruí e São Bonifácio.

Com mais de 84 mil hectares, a Unidade conserva incontáveis belezas. As centenas de trilhas, as mais conhecidas Trilha do Cambirela, pico do Tabuleiro e Caminho de Naufragados, atraem visitantes de todas as regiões brasileiras e até mesmo de fora do país.

Ainda contabilizando os danos ambientais causados pelo incêndio, os profissionais que atuam no Centro de Visitantes consideram que a conscientização das pessoas e o contato cada vez mais frequente e próximo, especialmente crianças e jovens, com a natureza é fundamental para garantir que tragédias como a dos últimos dias não voltem a ocorrer.

“A mudança passa pela conscientização. E essa conscientização torna-se mais sólida quando as pessoas estão em contato com a natureza. Porque a gente sempre diz que é preciso conhecer para preservar. E momentos como este, em que jovens estão tão junto à natureza, são fundamentais para fazer destes meninos e meninas grandes aliados do meio ambiente”, destaca Carlos Alberto Cassini, coordenador do Parque.

O Incêndio

Na terça-feira e quarta-feira, 11 e 12 de setembro, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro sofreu com um forte incêndio que destruiu cerca de 800 hectares de mata. Uma força-tarefa formada por Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar Ambiental atuou para combater o fogo que persistiu por cerca de 36 horas.

O IMA vai registrar boletim de ocorrência e o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil apuram as causas do incêndio. A principal suspeita é de ação humana.

Todos os anos são registrados focos de incêndio no local. Porém, nesta ocasião, em virtude da estiagem, fortes ventos e umidade, as chamas se alastraram com maior intensidade e rapidez, tornando difícil o trabalho de combate. Apesar disso, e depois do uso de mais de 200 mil litros de água por terra e com o apoio dos helicópteros Arcanjo, do Corpo de Bombeiros, e Águia, da Polícia Militar, o fogo foi controlado.

Educação Ambiental como ação de prevenção

Iniciativas de educação ambiental que já são realizadas nas 10 Unidades de Conservação Estaduais administradas pelo IMA, como a visita dos jovens da Escola Cel. Antônio Lehmkuhl, do município de Águas Mornas, nesta sexta-feira, 13 de setembro, devem ser intensificadas em todos os Parques e Reservas com a finalidade de ampliar a conscientização sobre a importância de preservação dos recursos naturais. Entre as ações voltadas à educação ambiental, o IMA trabalha com outras ações para a prevenção de fatos como o incêndio no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.

- Direcionar a educação ambiental nas comunidades do entorno do parque para o tema incêndios florestais;

- Formação de novas brigadas de prevenção e combate a incêndios;

- Integração com o município para resolver a coleta de resíduos sólidos e entulhos  (ecopontos);

- Integração com a Companhia Águas de Palhoça para instalação de hidrantes na região;

- Criação de um Grupo de Trabalho envolvendo IMA, CCB, PMA, BAPM e Defesa Civil para estabelecimento de um plano integrado;

- Disponibilização de espaço ao CCB;

- Monitoramento ambiental;

- Incentivo à segurança pública para implantação de câmeras ao longo das vias para vídeo-monitoramento.

O Parque

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, maior unidade de conservação de proteção integral do Estado, foi criado em 1975, com o objetivo de proteger a rica biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado.

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ocupa cerca de 1% do território catarinense. Abrange áreas dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes. Fazem parte do Parque as ilhas do Siriú, dos Cardos, do Largo, do Andrade e do Coral, e os arquipélagos das Três Irmãs e Moleques do Sul.

Localizado em um uma região estratégica, única e muito especial da Mata Atlântica, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro possui uma ampla diversidade de habitats. Cinco das seis grandes formações vegetais do bioma Mata Atlântica encontradas no estado estão representadas no Parque. Por essa razão, ele abriga uma biodiversidade ainda maior que seus 84.130 hectares poderiam sugerir.

Essencial para a proteção desses ecossistemas e toda sua biodiversidade, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro também é de extrema importância por outros motivos como fornecer o abastecimento de água. Protegidas pela exuberante vegetação da unidade estão as nascentes de rios como o da Vargem do Braço, Cubatão e D’uma que formam mananciais que abastecem grande parte dos domicílios da Grande Florianópolis e do litoral sul do Estado.

Além disso, o Parque atua ainda, devido a suas características de solo, relevo e vegetação, como um importante regulador climático para essas regiões.

O Parque tem sua sede em Palhoça, na Baixada do Maciambu. O local conta com um centro de visitantes e trilhas educativas, onde o público pode ter contato com espécies nativas. O Parque possui anda dois centros temáticos na sede dos municípios de Imarui e de São Bonifácio.

Mas, além da infraestrutura física, o principal atrativo são as riquezas naturais. A imensidão de espécies e vegetação praticamente intocáveis torna a Serra do Tabuleiro um dos principais tesouros catarinenses.