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Serra Furada Adrio 1

Foto: Adrio Centeno/IMA

Localizado na região Sul do Estado, na encosta da Serra Catarinense, o Parque Estadual da Serra Furada (PAESF) abrange os territórios municipais de Grão-Pará e Orleans, possui vários atrativos e uma paisagem montanhosa belíssima. Administrado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) com apoio do Governo do Estado, o Parque foi criado em 20 de junho de 1980, e completa nesta terça-feira, 43 anos de criação.

 

A unidade de conservação tem este nome devido à existência de um monumento geológico formado de Arenito Botucatu que possui uma fenda com aproximadamente 45 metros de altura e 8 metros de largura, conhecido como Serra Furada. Com uma área de 1.330 hectares, o Parque encontra-se ligado geograficamente ao Parque Nacional de São Joaquim, aumentando a área conservada e favorecendo a biodiversidade do local.

 

Seu relevo acidentado, com altitudes entre 400 a 1.500 metros e o conjunto de montanhas que o integram proporcionam um lindo cenário lhe conferindo grande potencial turístico. Por abrigar extensa biodiversidade, a área é procurada por pesquisadores, visitantes e também recebe grupos de estudantes mediante agendamento prévio.

 

A criação do Parque Estadual da Serra Furada, há 43 anos, foi fundamental para proteger essa porção da encosta da Serra Catarinense, fragmentos importantes de Floresta Ombrófila Densa foram protegidos e com eles todas as formas de vida associadas, assim como suas inúmeras nascentes. Ao longo dos anos temos percebido um aumento na procura por visitação e o IMA trabalha intensamente para que o visitante possa ter uma boa experiência ao visitar o parque.”, comenta a coordenadora do Parque e servidora do IMA, Vanessa Matias Bernardo.

Sobre o Parque

Serra furada 2 Adrio

Foto: Adrio Centeno/IMA

 

Vegetação e Flora

A vegetação característica do parque é a Floresta Ombrófila Densa, envolvendo as formações Submontana, Montana e Altomontana. Entre os paredões rochosos extremamente íngremes (alguns verticais) da Serra Geral, são encontrados tipos especiais de vegetação, denominados em seu conjunto como Vegetação Rupícola ou Refúgios Vegetacionais por estarem associados intrinsecamente a substratos rochosos. A relevância ecológica do Parque está relacionada à conservação de ambientes formadores do corredor florestal atlântico brasileiro pertencente a um dos biomas mais diversos e ameaçados do planeta, a Mata Atlântica.

Dentre as espécies ameaçadas de extinção, são protegidas pelo parque, a canela-preta (Ocotea catharinensis), o palmiteiro-jussara (Euterpe edulis), o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), a cortiça (Annona dolabripetala), o cedro (Cedrela fissilis), dentre outras.

Pesquisas recentes, do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, indicaram a presença de orquídeas raras e com registros escassos em coleções científicas, como Pabstia viridis, Acianthera alborosea e Anathallis liparanges. Além de espécies recentemente descritas para a ciência, sendo uma bromélia (Vriesea rubens) e a lanterna-chinesa (Callianthe flava ).

Fauna

Até o momento foram registradas 25 espécies de mamíferos terrestres no parque, dentre elas espécies ameaçadas de extinção como a jaguatirica (Leopardus pardalis), gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), gato-maracajá (Leopardus wiedii), gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi), puma (Puma concolor) e cateto ou porco-do-mato (Pecari tajacu).

O parque apresenta uma alta riqueza de aves com 229 espécies, das quais 39 são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, só ocorrem neste Bioma, e algumas estão ameaçadas de extinção como o surucuá-de-barriga-amarela (Trogon viridis), macuco (Tinamus solitarius), jacupemba (Penelope superciliaris), gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e papo-branco (Biatas nigropectus).

Foram identificadas 27 espécies de anfíbios, das quais três espécies estão ameaçadas de extinção, sendo elas a rã-de-vidro (Vitreorana uranoscopa), rã-de-riacho (Hypsiboas marginatus) e perereca-verde (Aplastodiscus ehrhardti).

E até o momento foram registradas 14 espécies de répteis no parque, como os lagartos teiú (Tupinambis merianae) e o papa-vento (Enyalius iheringii). Entre as serpentes mais comuns de serem avistadas estão a jararaca (Bothrops jararaca) que possui peçonhenta, a caninana ou rateira (Spilotes pullatus) e corredeira-do-mato (Echinanthera cyanopleura).

Foram registradas no parque 70 espécies de abelhas nativas, algumas com poucos registros e pouco conhecidas para o Brasil, e outras mais comuns como a mandaçaia (Melipona quadrifasciata), manduri (Melipona marginata), jataí (Tetragonisca angustula), mirim (Plebeia droryana) e a mamangava (Bombus morio).

 

Saiba mais sobre o PAESF no site do IMA

 

Importante lembrar, que o IMA administra Unidades de Conservação de Proteção Integral da categoria Parque que permitem a visitação pública, e da categoria Reserva Biológica, onde o manejo ambiental é restrito e o acesso só é permitido a pesquisadores. O agendamento de visitas a todas as Unidades é realizado somente de forma on-line neste link